A hormonioterapia trata câncer de próstata avançado, mas ela faz parte da estratégia de tratamento, tanto no câncer de próstata de risco intermediário desfavorável como de alto risco. Estende-se que ela pode causar a apoptose celular ou morte celular programada quando associada a radioterapia. Na fase inicial do tratamento o efeito positivo pode ser visto em mais de 90% dos casos. A melhor maneira de se avaliar a resposta é pela que do PSA. Contudo, infelizmente as células da neoplasia com o tempo passam a ficar resistentes ao tratamento hormonal. Entenda o por que a doença volta a progredir.

Assim, estas células do câncer se adaptam a viver em um ambiente com muito baixa testosterona e voltam a crescer. Todavia, hoje novas drogas podem ainda agir quando introduzidas nestes pacientes. Praticamente o organismo fica sem a produção de testosterona e mais uma vez causando a morte celular programada.

Este artigo foi traduzido do National Câncer Institute, USA, com pequenas modificações para melhor entendimento do pesquisar leigo das doenças oncológicas. As bases deste artigo são referendadas pelas sociedades brasileira, americana, europeia de urologia e sociedade americana de oncologia.

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A hormonioterapia trata câncer de próstata em estádio inicial de risco intermediário ou alto de recorrência?

Estes pacientes podem receber a terapia hormonal antes, durante e/ou após a radioterapia. Além disso, os casos operados podem receber terapia hormonal após prostatectomia radical, é o tratamento adjuvante. Os fatores que são usados ​​para determinar o risco de recorrência do câncer de próstata (volta do câncer) incluem o escore de Gleason, a extensão em que o tumor se espalhou para o tecido circundante à próstata e se as células tumorais são encontradas nos gânglios linfáticos regionais ou a distância. Portanto, em última análise conforme o estadiamento da doença.

A duração do tratamento com terapia hormonal no câncer de próstata em estádio inicial depende do risco para sua recorrência. No homem com câncer de próstata de risco intermediário, a terapia hormonal é geralmente administrada por 6 meses. Todavia, para homens com doença de alto risco é administrada por 18 a 24 meses.

A terapia hormonal após a prostatectomia diminui a recidiva mais do que nos homens que fazem apenas prostatectomia. Contudo, não prolonga a sobrevida dos pacientes. A terapia hormonal após radioterapia no câncer de próstata de risco intermediário ou alto aumenta o tempo de vida sem recidiva mais do que os tratados apenas com radioterapia. No entanto, o momento ideal e a duração da hormonioterapia, antes e depois da radioterapia ainda não foram estabelecidos.

O uso de terapia hormonal, isolada ou em combinação com quimioterapia, antes da prostatectomia não prolongou a sobrevida. Portanto, não é um tratamento padrão. Atualmente, o bloqueio androgênico mais intensivo antes da prostatectomia radical está sendo estudado em ensaios clínicos.

A hormonioterapia trata câncer de próstata recidivado?

A terapia hormonal usada isoladamente é o tratamento padrão para a recorrência do câncer de próstata. O diagnóstico da recidiva da doença é feito pela tomografia computadorizada, ressonância magnética, PET-CT com PSMA e/ou cintilografia óssea após a radioterapia ou prostatectomia. Às vezes, recomenda-se a terapia para homens que apresentam recorrência bioquímica, ou seja, sem que se descubra algum local com a doença no organismo. É portanto, apenas uma recidiva detectada pelo PSA.

A recidiva bioquímica ocorre quando há aumento do PSA após tratamento local primário com cirurgia ou radiação. Contudo, é o prenúncio que ela vai acontecer em algum lugar do organismo. Ainda é mais indicada se o nível de PSA dobra em menos de 3 meses no seguimento e se o câncer não espalhou, ou seja, se detectou metástase a distância.

Em ensaio clínico randomizado entre homens com recorrência bioquímica após prostatectomia descobriu-se que homens que receberam terapia antiandrogênica e radioterapia foram menos propensos a desenvolver metástases ou morrer de câncer de próstata do que os tratados apenas radiação. No entanto, pacientes com valores de PSA mais baixos não parecem se beneficiar da adição de terapia hormonal à radiação.

Outro ensaio clínico recente mostrou que para homens com níveis crescentes de PSA após terapia local primária que apresentavam alto risco de metástase, mas sem sua presença, a adição de quimioterapia com docetaxel à terapia anti-androgênica não melhorou a sobrevida em relação à esta terapia isolada.

Câncer de próstata avançado ou metastático

A terapia hormonal usada isoladamente é o tratamento padrão para homens que têm doença metastática. Ou seja, a doença se espalhou para outras partes do corpo já no diagnóstico inicial do câncer de próstata. Ensaios clínicos demonstraram que esses homens sobrevivem mais tempo quando tratados com terapia anti-androgénica assocoada a abiraterona e prednisona, enzalutamida ou apalutamida do que quando tratados apenas com hormonioterapia. No entanto, como a terapia hormonal pode ter efeitos colaterais, alguns homens preferem não faze-la até o desenvolvimento dos sintomas.

Divulgou-se Os resultados do estudo conduzido por dois grupos cooperativos, o Eastern Cooperative Oncology Group (ECOG) e o Colégio Americano de Radiologia (ACRIN). O estudo sugere que homens com câncer de próstata metastático sensíveis a hormônios que recebem quimioterapia com docetaxel no início da terapia hormonal viveram mais do que os homens que recebem apenas terapia hormonal. Os homens com doença metastática mais avançada parecem se beneficiar mais da adição precoce de docetaxel. Além disso, confirmou-se esses achados recentemente por estudo com maior tempo de seguimento.

A hormonioterapia trata câncer de próstata na paliação ou melhora do sintomas

A terapia hormonal às vezes é usada sozinha para paliação ou prevenção de sintomas locais no câncer de próstata localizado que não são candidatos a cirurgia ou radioterapia. Esses homens incluem são aqueles com uma expectativa de vida limitada. Contudo, pode ser nos tumores localmente avançados e/ou com outros problemas graves de saúde. A melhora é vista nos sintomas miccionais pela desobstrução do trato urinário, melhora da dor e do estado clínico geral, desde a inapetência até o ganho de peso e da sua mobilidade. As vezes, chega ser inacreditável os seus benefícios.

Como saber se a terapia hormonal está funcionando?

Os médicos não podem prever por quanto tempo a terapia hormonal será eficaz na supressão do crescimento do câncer de próstata de qualquer indivíduo. Portanto, acompanha-se os homens que fazem terapia hormonal pelo PSA no sangue. Um aumento do PSA pode indicar que o câncer começou a crescer novamente. O aumento do PSA enquanto a terapia hormonal mantém os níveis de andrógenos extremamente baixos é um indicador de que o câncer de próstata se tornou resistente.

O que é câncer de próstata resistente a castração?

Muitos cânceres de próstata que inicialmente respondem à terapia hormonal com agonistas de LHRH, antagonistas de LHRH ou orquiectomia. Todavia, eventualmente param de responder a esse tratamento. Tais tumores são referidos como câncer de próstata resistentes à castração ou resistentes à castração. Eles são capazes de crescer na presença de níveis muito mais baixos de andrógenos.

Vários mecanismos permitem que células do câncer de próstata cresçam, mesmo quando os níveis de andrógenos são muito baixos. Estes incluem:

Quais são as opções de tratamento para o câncer de próstata resistente à castração?

Os tratamentos para o câncer de próstata resistente à castração incluem:

Os homens com câncer da próstata resistente à castração que recebem estes tratamentos continuam com a terapia anti-androgênica, como um agonista de LHRH. Assim, evita-se o aumento no nível de testosterona, o que pode levar à progressão do tumor.

Os ensaios clínicos que a hormonioterapia trata câncer de próstata hormônio resistente a castração

Ensaios clínicos randomizados demonstraram que o tratamento com abiraterona ou enzalutamida prolonga a sobrevida entre homens com câncer de próstata metastático resistente à castração. Estes pacientes pode ou não ter recebido quimioterapia anteriormente. O estudo SPARTAN mostrou que a apalutamida melhora a sobrevida livre de metástase. Ou seja, período de tempo durante e após o tratamento em que um paciente vive sem o câncer se espalhe ou cause a sua morte pelo câncer de próstata não metastático resistente à castração. Da mesma forma, o estudo PROSPER mostrou que a enzalutamida melhora a sobrevida livre de metástases nessa população.

O estudo ARAMIS sugeriu que a terapia anti-androgênica mais a darolutamida, um bloqueador do receptor de andrógeno em investigação, prolonga a sobrevida livre de metástases em homens com câncer de próstata não metastático resistente à castração em comparação com terapia anti-androgênica mais placebo. Ao contrário da apalutamida e da enzalutamida, a darolutamida não penetra na barreira hematoencefálica. Isto é uma vantagem clínica, pois há menos efeitos colaterais relacionados ao sistema nervoso central.

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Referência

https://www.cancer.gov/types/prostate/prostate-hormone-therapy-fact-sheet

https://www.nccn.org/patients/guidelines/prostate/2/index.html