Câncer de rim (CR)

câncer de rim
câncer de rim

O que é câncer de rim?

O câncer de rim (kidney cancer) é a doença causada por tumor que cresce lentamente no parênquima renal, ou seja, na parte interna do rim, onde se localizam as unidades funcionais do órgão. A neoplasia renal tem crescimento médio estimado em 30-35 mm/ano. O câncer renal corresponde a 2-3% de todas neoplasias malignas. Acomete duas vezes mais os homens do que as mulheres e é mais prevalente após 60 anos.

Há vários tipos histológicos e o mais frequente é o carcinoma de células claras, ocorrendo em 75-85% dos casos, seguido pelo:

  • carcinoma papilífero,
  • cromófobos,
  • oncocitoma,
  • tumor dos dutos coletores e
  • sarcomatoso.

Podem estar associados a várias síndromes hereditárias.

Sintomas

Não ocorrem sintomas nos pacientes portadores de câncer de rim localizado, geralmente sendo descobertos por exame de imagem para investigar dor abdominal. Eles representam atualmente 60-70% dos casos diagnosticados.

O câncer de rim avançado pode ser volumoso, causando efeito de massa, compressão a órgãos ou estruturas vizinhas, podendo ser palpado ou deformar a silhueta abdominal, gerando dor lombar surda ou em peso. Pode ocorrer invasão da veia renal e da cava por trombo tumoral. Todavia, quando o tumor invade a via excretora pode ocorrer cólica e hematúria, que reflete obstrução do ureter comprometendo a drenagem de urina para a bexiga. Além disso, podem ocorrer outros sintomas como fadiga, perda de peso e apetite, febre sem infecção e anemia.

O rim é extremamente vascularizado e a ruptura dos vasos pode determinar sangramento e por vezes abundante na via excretora. Assim sendo, sangue na urina (hematúria) pode ser sinal de doença do aparelho urinário.

Fatores de risco do câncer de rim

A hipertensão arterial sistêmica e tabagismo são fatores de risco. O risco relativo aumenta progressivamente com índice de massa corporal. Há forte associação entre a obesidade feminina e o CR. Mais ainda, outros fatores que podem desencadear seu início são decorrentes da exposição ocupacional com o cádmio (RR 1,4), derivados de hidrocarbonetos (gasolina – RR 1,6), asbesto (RR 2,0) e hidrocarbonetos aromáticos (tintas).

Deve-se prestar atenção para os pacientes com insuficiência renal que realizam diálise, desenvolvem lesões císticas renais em 40-50% (doença renal cística adquirida) e 6% desenvolvem CR. Estes pacientes devem realizar ultrassom renal anualmente, após o terceiro ano de diálise. Os portadores de doença hereditária Von Hippel-Lindau podem desenvolver câncer de rim.

Além disso, os pacientes com parentes do primeiro grau com câncer de rim ou com diferentes tumores de origem rara também têm predisposição à doença. Pacientes que já tiveram tumores em vários órgãos, tumores associados com outros defeitos congênitos, tumor em local raro e que tiveram um câncer em idade jovem apresentam risco para câncer de rim.

Diagnóstico

A maioria dos pacientes com massas renais é descoberta incidentalmente e associada com aumento dos exames de imagem durante as últimas décadas. Por outro lado, a incidência de doença metastática pode chegar a 30% em estudos populacionais.

Todavia, a tríade clássica do diagnóstico do câncer de rim: massa localizada no flanco, hematúria e dor ocorre atualmente em 10% dos pacientes.

Os tumores sólidos renais com mais de 4 cm devem ser vistos como carcinomas renais. Atualmente, pode-se indicar biopsia percutânea para definir o diagnóstico histológico. Contudo, é indicada em casos que a nefrectomia parcial pode ser postergada.

Na fase inicial, a suspeita da doença acontece durante investigação de massa ou cisto renal detectado em exame de imagem. Assim, os cistos renais com conteúdo interno denso ou massa devem ser vistos como câncer, até que se prove o contrário.

Avaliam-se as lesões sólidas por tomografia ou ressonância, geralmente com uso de contraste. Desta maneira é possível inclusive sugerir seu diagnóstico histológico. Por outro lado, lesões renais sólidas com conteúdo de gordura, na maioria das vezes, representam uma doença benigna, o angiomiolipoma.

Tratamento do câncer de rim

Os pacientes com tumor renal de até 4 cm geralmente são curados pela nefrectomia parcial (remoção cirúrgica de uma parte do rim) ou ablação por crioterapia (técnica que utiliza temperatura extremamente fria para destruir o tumor) ou radiofrequência. Todavia, alguns tumores com até 7 cm, exofíticos (que crescem fora do órgão) podem, ainda, ser submetidos à nefrectomia parcial. Contudo, os tumores volumosos são tratados pela nefrectomia radical, sendo que remove-se todo rim dentro do seu invólucro gorduroso com os linfonodos regionais.

Por outro lado, os pacientes com doença metastática avançada devem sempre fazer o diagnóstico por biopsia da metástase ou do tumor primário. São tratados com drogas alvos, que podem reduzir o volume do tumor primário e/ou das metástases, por isso, como resultado podem ou não terem seus rins removidos.

Prevenção do câncer de rim

A prevenção do câncer renal pode ser feita ao se evitar a obesidade, hipertensão arterial, drogas nefrotóxicas, exposição a herbicidas, cádmium, solventes orgânicos (tricloroetileno).

Pacientes portadores de câncer renal hereditário geralmente apresentam herança autossômica dominante e devem ser seguidos de perto com exames de imagem anuais:

  • síndrome de Von Hippel-Lindau,
  • carcinoma hereditário renal papilífero,
  • leiomioma e carcinoma de células renais hereditário,
  • síndrome de Birt-Hogg-Dube)

Assim, avaliam-se este pacientes pelo risco de apresentarem câncer de rim no seu seguimento. Portanto, atenção deve ser dada aos pacientes com fatores de risco e por isso devem-se realizar os exames de imagem anualmente.

Referência

https://www.auanet.org/guidelines/kidney-stones-medical-mangement-guideline

Nefrectomia parcial assistida por robô

Cistos renais – a classificação Bosniak