Pedra nos rins, é possível prevenir? Sim, a prevenção de pedra nos rins é possível com medicamentos, dieta e mudança de estilo de vida. Vamos entender. Todos podemos ter pedra nos rins e pode ocorrer em qualquer idade. Vamos entender como isso é possível e simples.

Quem está mais propenso para ter pedra nos rins?

Os cálculos renais (renal lithiasis) podem ocorrer em qualquer fase da vida. Os maus hábitos alimentares podem ocorrer desde a infância. Em crianças, a pedra nos rins pode ser causada pelo consumo excessivo de salgadinhos, porque aumentam o sal que são eliminados pelos rins. Assim, há cálculo causado pela cristalização do sal. Portanto, o tratamento é a proibição do seu consumo e hidratação copiosa. Desta maneira, dissolvem-se os cristais de sal dentro do sistema excretor urinário.

Incidência dos cálculos renais

pedra nos rins
É possível prevenir pedra nos rins?

A incidência dos cálculos renais afeta 15% da população, com aumento da prevalência com a idade, dos 25 aos 60 anos (pico entre 25-50 anos), com caráter familial, mais comuns nos homens que em mulheres, 2-3:1; com maior incidência entre os brancos do que em negros e índios (raro), com maior incidência no verão, com risco correlacionado com o índice de massa corpórea e hipertensão arterial sistêmica, com o diabetes (tem mais cálculo de ácido úrico, 29% versus 13%), com o risco ocupacional (trabalho em altas temperaturas).

Fatores de risco

Os fatores de risco estão relacionados as alterações anatômicas do trato urinário, hábitos alimentares, obesidade, sedentarismo, infecção do trato urinário, distúrbios metabólicos, diabetes, medicamentos (diuréticos, corticóides, suplementação de vitamina C e D, indinavir), alteração do pH urinário, redução do volume urinário, imobilização prolongada e emagrecimento rápido.

A doença na maioria das vezes não é uma doença renal e sim causada por um distúrbio sistêmico. Logicamente, pessoas que eliminem excesso de solutos na urina podem formar cálculos, assim com aqueles que produzam menos substâncias inibidoras da agregação (glicosaminoglicanos, proteína Tamm-Horfall, nefrocalcina) ou do crescimento de cristais (citrato, magnésio, pirofosfato e zinco).

Além disso, promotores da cristalização (imobilização prolongada, matrix, infecção do trato urinário, anomalias anatômicas obstrutivas do trato urinário, medicamentos, diarréia crônica, emagrecimento rápido após cirurgia bariátrica, alteração do transporte de cálcio e oxalato no epitélio renal, aumento do ácido úrico por distúrbios metabólicos (diabetes, hipercalciúria, gota, hiperoxalatúria, hiperparatireoidismo, cistinúria e etc) e nanobactérias (visto em 97% dos cálculos). Algumas dos distúrbios acima descritos são decorrentes de distúrbios metabólicos renais e outros sistêmicos.

Visto isto, é observado maior incidência da doença em familiares de pacientes portadores de cálculos renais (traço familial). O princípio lógico e a chave do tratamento do paciente passa pelo reconhecimento médico do distúrbio metabólico para minimizar as crises de cólica renal destes pacientes.

O que pode ser feito com relação ao estilo de vida para prevenir as pedras nos rins?

A prevenção do cálculo (lithiasis prevention) é baseada do diagnóstico encontrado para explicar a formação do cálculo renal (pedra nos rins). A sua incidência se relaciona com alguns fatores, como consumo excessivo de sal, proteínas, oxalato, fosfato, cálcio, sulfato e outros pela sua diminuição como ingestão de fibras, magnésio, citrato e água.

A correção alimentar dos fatores predisponentes podem diminuir as crises de cólica nefrética. Portanto, as medidas gerais recomendadas são aumentar líquidos até deixar urina clara (recorrência 14% vs. 27%), pelo menos 2,5 litros por dia. Estima-se redução de 60-80% na formação de pedras nos rins. Além disso, deve-se diminuir as proteínas animais para reduzir a excreção de cálcio, oxalato e ácido úrico; ingestão de suco de frutas cítricas porque neutraliza a carga de ácido provenientes das proteínas animais, atividade física e ingesta de líquidos, ingerir dietas hipossódicas (diminui Na, Ca, pH e aumenta citrato urinário) e alto teor de fibras, e restrição de oxalatos.

Existem alimentos que favorecem o seu surgimento de pedras nos rins?

Os alimentos ricos em proteína e sal são realmente os grandes vilões da dieta. Os vegetarianos têm menos cálculos que os que consomem carne. Entretanto, os pacientes com diabetes e gota são de grande risco para apresentarem cálculos renais, principalmente os de ácido úrico. Geralmente, estes pacientes apresentam distúrbios metabólicos que devem ser combatidos com dieta e medicamentos para o seu controle.

A perda de peso e exercícios físicos podem minimizar a frequência de formação dos cálculos renais. Portanto, o tratamento é multifatorial. O planejamento do tratamento é fundamental definir os fatores de risco do cálculo renal (pedra nos rins).

A estratégia do tratamento é dependente do diagnóstico para sua formação de pedra nos rins.

Restrição de proteínas

Pacientes portadores de cálculo de ácido úrico devem fazer restrição de proteínas (150 a 200mg/dia) e de frutos do mar.

Portadores de oxalato de cálcio representam 80% dos casos de litíase. Para eles devem restringir: espinafre, batata doce, chocolate, cereais multigrãos, feijão, manteiga de amendoim, chá, aipo e tomate (por ordem de quantidade de oxalato/porção).

O oxalato é produzido pelo metabolismo celular em nosso organismo em apenas 25% e o resto é proveniente da alimentação. A restrição de sódio alimentar a excreção urinária de cálcio. Portanto, podemos interferir com a dieta e redução de vitamina C.

Uma dieta normal em cálcio, com baixas quantidades de sal, proteína diminuem a excreção urinária de oxalato e de cálcio. Combinada com o aumento da ingestão de água há diminuição da saturação urinária. Por isso, causa redução na recorrência de 20% de pedra nos rins. Os pacientes que receberam dieta com baixo teor de cálcio tiveram recorrência de cólica de 38%.

E na alimentação? Existem alimentos que ajudam a combater?

As frutas cítricas oferecem citrato e magnésio, sendo que o limão é a fruta mais rica. Portanto, recomenda-se tomar 2 a 3 copos de suco de limão (lemon juice) por dia é excelente, sendo importante para a profilaxia de todos tipos de cálculo renal. Parece que o suco de uva pode aumentar o risco de formação de cálculo de oxalato.

Evitar obesidade e combater o diabetes são fundamentais para os pacientes com predisposição. Cada caso merece uma consideração. Os portadores de cálculos causados por infecção do trato urinário devem ser tratados com medicamento, cirurgia e adequação higiene-dietética. Estes pacientes em 57% dos casos apresentam hipercalciúria e hipernatrúria (sódio aumentado na urina).

Beber água é principio básico da profilaxia do cálculo renal (pedra nos rins). Entretanto, quanto se deve beber de água é avaliado pela coloração da urina. Porque a urina concentrada é escura, enquanto a clara significa que a pessoa encontra-se bem hidratada. A água dilui os cristais na urina dificultando a formação do cálculo renal. Num país tropical como o nosso deve-se estar sempre bebendo água para o perfeito funcionamento fisiológico e eliminação rápida de metabólitos. Saiba mais sobre dieta para prevenir cálculo renal.

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Referência

https://uroweb.org/guideline/urolithiasis/#3

https://uroweb.org/guideline/urolithiasis/