Câncer de próstata

Câncer de próstata. O que é?

A doença é causada por um descontrole na divisão celular causada por mutação do DNA da glândula prostática. As células neoplásicas tem a capacidade de invadir os tecidos e se disseminam a órgãos distantes. O câncer de próstata é um tumor que acomete homens maduros e pode ser curado quando está localizado. Portanto, para ter sucesso no controle desta doença, o foco é o diagnóstico precoce. Na maioria dos casos, apresenta crescimento lento, por isso portadores deste câncer podem vir a morrer sem que o tumor apresente sintomas.

Sintomas

Em estádios iniciais, os pacientes são assintomáticos ou podem apresentar sintomas causados pela hiperplasia benigna da próstata. Portanto, trata-se de uma patologia que o médico pode interferir na história natural da doença, desde que seja feito diagnóstico precoce. Os pacientes podem apresentar sintomas leves de obstrução do trato urinário inferior, como jato enfraquecido e esforço miccional. Assim, casos mais avançados podem apresentar obstrução urinária severa (a uretra é obstruída pelo crescimento da próstata). Mais ainda, retenção urinária (parada da eliminação de urina), anemia, queda progressiva do estado geral e dores ósseas (metástase óssea).

Fatores de risco

Antecedente familiar assume grande importância, onde um filho que o pai ou tio tiveram CaP, tem o dobro de risco para CaP do que a população geral. Quantos mais parentes e afetados com idade menor que 65 anos, maiores são os riscos deste paciente, de 6 a 11 vezes. O risco é maior para os homens que têm um irmão com a doença do que aqueles com um pai afetado. Outros fatores de risco são: dieta rica em gordura e carne vermelha, pobre em legumes, vegetais e frutas, poluição ambiental, região onde se vive (americanos têm mais câncer de próstata que asiáticos), raça (negros tem a maior incidência e os de raça amarela os de menor), obesidade (CaP mais agressivos), sedentarismo, altas taxas de estrogênios, assim como contato com derivados de borracha e substâncias como ferro, cromo, chumbo e cádmio.

Diagnóstico

É realizado pelo toque retal e dosagem do antígeno prostático específico, o PSA. A maior incidência desta doença no mundo ocorreu pela introdução do PSA para seu diagnóstico. Nesta fase, a maioria não tem nenhuma anormalidade ao toque ou nódulo endurecido, mas o PSA pode estar elevado para idade, volume da próstata, ou aumento com velocidade do PSA. O diagnóstico é confirmado pela biopsia de próstata, que classifica o adenocarcinoma pelo escore de Gleason. Pacientes que mantém suspeita sem diagnóstico na biopsia devem realizar ressonância nuclear multiparamétrica para planejar o local da nova biopsia.

Na doença avançada geralmente o PSA está elevado e ao toque a próstata endurecida, com nódulo ou fixação da glândula. Nestes casos pode-se detectar doença em gânglios ou nos ossos do esqueleto axial (metástase).

Tratamento do câncer de próstata

O tratamento a ser instituído pelo médico depende da análise das variáveis: idade do paciente, da classificação de risco anestésico, da classificação do risco da doença, das comorbidades, da situação miccional, da qualidade da ereção pré-operatória, do escore de Gleason, do PSA e do desejo do paciente.

Para tumores confinados a glândula e em pacientes jovens a cirurgia, prostatectomia radical (PR) está indicada, podendo ser realizada por via retropúbica ou perineal, videolaparoscopia ou robótica. Todas as técnicas cirúrgicas, se realizadas com técnica apurada produzem os mesmos resultados funcionais (controle da continência urinária e da preservação da ereção). A técnica operatória e a experiência do cirurgião fazem a diferença nos resultados funcionais. A radioterapia pode ser utilizada para estes pacientes. A braquiterapia é uma modalidade de radioterapia que pode ser indicada em pacientes de baixo risco e são usadas sementes radioativas distribuídas dentro da próstata (implantes). Pacientes considerados de baixo risco também podem ser submetidos a observação vigilante.

A radioterapia e a PR podem ser utilizadas em tumores mais avançados localmente (com invasão de cápsula, vesículas seminais e estruturas vizinhas) e nestes casos os melhores resultados são obtidos quando se realiza terapia multimodal (hormonioterapia, cirurgia e radioterapia).

Hormonioterapia

A hormonioterapia tem papel importante neste câncer, pois é altamente responsivo a supressão da testosterona. Esta terapia é usada em doença localmente avançada e considerada de alto risco. Muitos pacientes, principalmente em casos avançados, utilizam a hormonioterapia como único tratamento e por vezes podem apresentar sobrevida elevada, desde que seu câncer não seja indiferenciado. A quimioterapia é indicada quando os pacientes não mais respondem a hormonioterapia.

Os pacientes com doença avançada são tratados por múltiplos profissionais que vão resolver dificuldades peculiares da doença. As complicações podem requerer tratamentos altamente especializados. Nesta fase do tratamento a máxima é: “Mais vale a qualidade de vida do que a sua duração. Contudo, atualmente com novas drogas aumentou-se o tempo de vida com maior qualidade”.

Como prevenir o câncer de próstata

O exame da próstata deve ser feito anualmente pelo urologista, e estudos mostram redução do diagnóstico da doença avançada e maior da doença localizada, com aumento da expectativa de vida (migração de estádios). Pacientes com casos de CaP em familiares apresentam maior risco. A prevenção do câncer de próstata, assim como de outros cânceres e doenças que afetam diretamente a sobrevida das pessoas, está relacionada aos bons hábitos e estilo de vida.

Portanto, deve-se evitar o tabaco, ser fisicamente ativo, manter um peso saudável, comer dieta rica em frutas, verduras e grãos integrais e pobre em gordura, limitar álcool, proteção contra DST e evitar excesso de sol. A vida sem tabagismo, IMC menor que 30, atividade física maior que 3,5 h/semana e dieta balanceada, reduz um terço o risco de câncer.

Referência

https://www.auanet.org/guidelines/prostate-cancer-clinically-localized-guideline

https://www.auanet.org/guidelines/prostate-cancer-early-detection-guideline